domingo, 2 de outubro de 2011

(Des)encontro

Esses dias achei por aqui a música que um amigo meu fez sobre o texto abaixo, postado pela primeira vez há uns dois anos no antigo blog. Isso tudo me fez lembrar do porque eu gostava tanto desse texto, então resolvi postar de novo, sem nenhuma alteração.

Ele fazia aquela viagem todos os dias. Sempre pegava o mesmo ônibus, para o mesmo lugar, logo depois de comer sempre a mesma coisa no café. Gostava das coisas desse jeito, em seus devidos lugares, tudo como sempre foi - ninguém sabe o que se pode acontecer quando você pega outro ônibus, ou come biscoitos ao invés de torradas.Um dia, enquanto esperava o ônibus, uma mulher sentou-se ao seu lado. Ele nunca a tinha visto até então. No início não deu atenção, mas em um momento qualquer seus olhos se encontraram, e ele descobriu que não poderia sair dali sem saber quem era ela. Distraiu-se, pensando em uma maneira de puxar assunto, até que o ônibus chegou, ele entrou e foi embora, sentindo que deixara uma parte de si para trás.
Eles nunca mais se viram. Ele seguiu com sua vida assustadoramente tranqüila, pegando todo o dia o mesmo ônibus, para o mesmo lugar, procurando à mesma coisa.
 Sempre lhe disseram que quando a visse, saberia.